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como se apenas fossem o caim do outro,
lança que rasga a pele, a outra,
encerrados num qualquer cavalo de troia
que se incendeia,
e os corvos ao longe observam,
crocitam, preferem aguardar.
…
Nos bojadores escuros cantam algumas sereias,
canto mudo onde os gestos se querem
suaves, apenas gestos,
alguns encantamentos breves, depois
dos naufrágios, do disparar das bombardas,
e do crepitar da madeira em chamas,
silêncios.
…
E o amar foi encontrado num ocaso
tão deserto como um areal madrepérola,
virgem, impoluto,
e o ignoto mar revoltou-se das palavras
perdidas dos poetas ocasionais,
…
Rebolam-se algumas ondas contra
as rochas desgastadas, polidas,
escorregadias,
reconstroem-se algumas vidas,
reconstruo alguns sonhos
julgados desaparecidos,
do apocalipse reaparecem alguns
cavalos alados indomáveis,
as searas ondulam então,
…
acorda-me meu amor,
revela-me os corais, que ficaram longe de mim.
Que esta época vos traga um Mar em sossego, e que o céu se inunde dos pontos brilhantes a que designamos por estrelas. Toda a Paz, toda a Luz. Obrigado.
O Transversal
" La Folie... sempre me lembro de ouvir o mar..."