Vivo em descontroladas lembranças... Perdi o domínio de mim!
Aprisionado no passado... Tenho medo... Não despertar o sono profundo!
Torpor... A eternidade aguarda... Pacientemente espera por minha chegada!
A toalha de linho branco... A vela de chama bruxuleante!
Sombras da taça dançando no linho fino... Vinho e pão... Água não!
A última ceia sobre a mesa... Comer de pé e depois deitar!
O chão... A terra gentilmente me acolherá em seu leito!
Sem suspiros... Não se ouvirá mais meu coração!
O grande silêncio embalará meu sono... Calmamente... Sem alardes!
Docemente viverei nos sonhos dos dias que vivi das antigas lembranças!
Apenas talvez... Retorne na memória dos que vivem!
Os que me amam... Trarão-me do passado pela mão!
E novamente sorrirei em sua companhia... Nas memórias... Nas lembranças de mim!
Contarão aos outros minhas histórias... Dos risos... Das lágrimas... Minhas tristezas!
Do que fui... Do que deixei de ser... Do que poderia ter sido!
O que fiz e o que deixei de fazer talvez faça parte da prosa!
Ao findar da festa retomarão aos seus afazeres e voltarei a entrar gentilmente na noite!
No silêncio da eternidade dormirei serenamente... Que outras lembranças... Despertem-me!
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LuizFalcão