De azul,
infinitamente azul,
pinto o mar desta paisagem minha,
na qual adormeço o meu quotidiano,
tentando recuperar as forças,
das quais me sinto esvaída,
para não tornar a adormecer,
mais uma noite apenas pela madrugada.
Cansada, repito o ritual,
e invento ao fundo azul desse mar,
o teu rosto esculpido,
num horizonte que me espreita,
que me desafia constantemente a segui-lo,
e sem o qual eu não sei já ser.
E a lembrança do teu sorriso,
traz-me assim viva e cativa,
todas as noites,
como sonâmbula adormecida,
nesta letargia,
neste torpor,
só ele me mantém viva,
Porque assim vivo,
de maneira impiedosa,
o simulacro,
que a mim própria imponho,
este sonho de viver intensamente,
um grande amor.
bea (29-10-2007)
bea (29.11.2007)