“Quem era aquele menino?
Que passava naquela rua escura, e todo encurvado
Eu reparei nele pela minha janela, e nele colei o meu olhar
Era triste suas passadas, seus pés descalços na rua a arrastar
Meu Deus, meus filhos me estão a pedir um presente caro
E eu como um bom pai lhes darei, mas pensarei também no Natal daquele menino abandonado
E nisto saio e corro para o tentar alcançar, deixo meu lar quente para também na rua fria meu coração puder esquentar
E vejo o á minha frente e como treme aquele menino, me vê e se assusta e a medo me pede: “não me bata senhor, por favor, me deia só um pouco de carinho”
E olho sua extrema magreza, seu casaco roto e sujo e aí me assola uma enorme tristeza
E pergunto-lhe baixinho: “porque andas na rua com este frio, meu menino?”
Ele com ar assustado, seu corpo encurvado me olha nos olhos com um olhar sereno
E me diz : minha mãe trabalha muito, e eu espero por ela para dormirmos lado a lado..
Mas menino não estarias mais quente em tua casa no calor de uma lareira?
Minha casa é tua rua, minha cama é improvisada em qualquer beira..
E aí me corre lágrimas pelo meu já mais que triste rosto apagado , pego naquele menino ao colo e aqueço -o ,e pergunto-lhe : menino, anda comigo a minha casa, anda te aquecer um bocado…
E sim o levo ao colo, e entro em minha casa sem dizer uma palavra, mas também sem conseguir parar o meu choro, e minha mulher espantada me pergunta:
Meu amor, que estás tu a fazer? Quem é essa criança que estás a trazer?
E o menino logo me diz: Senhor, pode-me pôr na rua, não será por isso que ficarei infeliz…
E eu lhe digo ao ouvido:
Não, menino tu hoje ficarás connosco, e mais logo virá a tua mãe para passar o Natal contigo.
E meto -lhe o meu mais quente casaco, o meto á lareira e o vejo com o calor arregalado, e digo para a minha mulher: prepara um banho quente e me traz para o menino um calçado…
E meu filho me olha espantado, nos olhos do seu pai vê o que nunca antes tinha observado
E por sua mão traz um pedaço de bolo, o estende ao menino num gesto de carinho e lhe diz a sorrir: É para comer todo🤗..
E aí vejo toda aquela fome se saciar, se aproxima lentamente da mesa e se começa a aproximar
e eu lhe digo, mesmo no meio de meu choro consigo arrancar um doce suspiro:
menino por favor não deixe a vergonha o deter, coma de tudo um pouco e guarde para mais tarde se quiser …
E ele gentilmente me questiona a medo: posso guardar para minha mãe desta boa comida?
-Meu menino isso não será preciso, pois ainda hoje sua mãe vai jantar connosco, você irá comigo a buscar e teremos todos um Natal lindo para mais tarde um dia o recordar…
Porque meninos quando tu passaste em frente á minha janela, meus olhos viram teu corpo gelado da noite pouco singela, e meu coração simplesmente derreteu…
Não foi com o calor de minha lareira acesa, foi sim teu olhar triste que comigo mexeu
Porque como poderia eu passar um Natal feliz, sabendo que na rua estaria um menino e sua mãe no frio e num canto com mais um Natal infeliz?...”
Continua…
E ESTA HISTÓRIA INCOMPLETA,PODIA MUITO BEM SER UMA VERDADE CONFESSA,DO NATAL POR ALGUÉM VIVIDO,PARA QUÉ TANTA ALEGRIA SE VIVEMOS NO MEIO DE CINISMO?
TOU MESMO FARTO DESTE MUNDO,TANTA IMPOSTORZICE QUE SE VÊ A CADA SEGUNDO,E CADA NATAL QUE PASSA,VEJO MAIS E MAIS DESGRAÇA, E BEM LÁ NO FUNDO SÓ ME APETECE POR DENTRO MORRER,MEUS TRAÇOS DE VIDA PARA SEMPRE APAGADOS E PARAR DE SOFRER…
PAREM POR UM MOMENTO TODOS PARA PENSAR, SE A VIDA É PURA ALEGRIA ,ENTÃO PORQUE NOSSOS OLHOS QUANDO MORREMOS CESSAM DE CHORAR?
TALVEZ NO DESCANSO ETERNO,TALVEZ SEJA ATÉ UM MAL PEQUENO,SERÁ CERTAMENTE O PONTO FINAL,NUMA HISTÓRIA DE UM POETA CANSADO,COM A SUA VIDA AMARGURADO, UM NOVO COMEÇO FENONEMAL…