tenho vários nomes. todos os nomes. sou pai e filho. amigo de ninguém e inimigo do diago. tenho caravelas. ondas de emoção e um coração destroçado. chamam-me chalupa por escrever frases nocturnas. nas noites sou mais eu. e não me imagino diferente daquele que revejo ao espelho. esse (o espelho) imbecil que não esconde a verdade. o único que me conta por gestos a minha degradação. sem medos. sem diferenças nem jeitos. na crueldade da manhã. sou vagabundo das noites e das palavras, mas tenho identidade, tenho honra e idade. não interessa qualquer nome ou gesto, por que vós o que quereis é comer-me a educação, é desfolhar a emoção e roubar-me as palavras que querem ouvir de mim. querem tudo o que eu tiver que vos faça crescer o ego, mas eu não tenho nada para vos dar, quase nada, por que ainda guardo todos os nomes para vos chamar.