Poemas : 

«« Sou eu ««

 
Não sei porque me pesam as palavras
Nem tão pouco as mãos despidas
De artefactos, porque me pesam os dias
Os sonhos fugidos em todas as horas

Porque me pesa a razão, o medo a fantasia
Porque me pesa afinal até a fresca maresia
E os poetas, esses tem um peso infernal
Na minha vida despida, descobri afinal

Que não são os outros que me pesam
Sou eu o peso morto que não encaixo
Nos pesos daquilo que pensam
Sou eu o peso descabido sem tino a ter sentido
Sou eu o peso transparente, palavra sem ouvido
Sou o pasto da semente, terreno árido
Uma guitarra sem cordas de um velho fado

Sou eu, quando escrevo as minhas merdas
Sou eu, quando te olho sem te ver
Até sou eu fingido que não quero ser.

Antónia Ruivo
http://porentrefiosdeneve.blogspot.com/p/quem-sou-eu.html


Era tão fácil a poesia evoluir, era deixa-la solta pelas valetas onde os cantoneiros a pudessem podar, sachar, dilacerar, sem que o poeta ficasse susceptibilizado.

Duas caras da mesma moeda:

Poetamaldito e seu apêndice ´´Zulmira´´
Julia_Soares u...

 
Autor
Antónia Ruivo
 
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Enviado por Tópico
(re)velata
Publicado: 15/12/2011 10:12  Atualizado: 15/12/2011 10:12
Membro de honra
Usuário desde: 23/02/2009
Localidade: Lagos
Mensagens: 2214
 Re: «« Sou eu ««
Gostei muito deste poema que li como um desabafo eivado de uma fina revolta.
Destaco:

«Sou eu o peso descabido sem tino a ter sentido
Sou eu o peso transparente, palavra sem ouvido
Sou o pasto da semente, terreno árido
Uma guitarra sem cordas de um velho fado»

São muito expressivas as imagens que usaste. Já tinha saudades de te ler

Parabéns e um bom dia!

Enviado por Tópico
Lully
Publicado: 15/12/2011 12:48  Atualizado: 15/12/2011 12:48
Participativo
Usuário desde: 04/12/2011
Localidade:
Mensagens: 24
 Re: «« Sou eu ««
Poeta a beleza e a emoção fluem do teu poema,
achei maravilhoso, abraços,

Lully.