Escondo meu rosto na escuridão da rua.
Em noite sem estrela, a neblina me protege dos olhos
de quem não quero que me veja chorando.
Em lagrimas e de cabeça baixa, me alojo na mentiras expelidas pelos lábios vermelhos que dizem não me amar.
Me sinto roubado dos momentos, furtado dos meus sentimentos que enganados mais uma vez, não consegue entender as palavras secas e amargas que sua boca insisti em expelir.
Destino traiçoeiro ou castigo do passado, não estou certo.
De uma maneira ou de outra meus sentimentos se encontram sempre nas mãos da vida, mãos fechadas que espremem e os machucam provocando gritos que mais parecem o desespero de uma criança.
Talvez seja apenas um castigo merecido por muitas vezes também ter feito chorar, ter feito sofrer.
Na neblina fria, sinto falta do seu corpo, que mesmo perto insiste em sonegar o socorro do aquecimento.
Frio que machuca e me faz bater queixo, solidificando as lagrimas que de meus olhos caem.
As palavras emitidas pela sua boca são confirmadas pelos seus olhos, que mostra uma vontade imponente de separar nossas almas.
Olhos que não conseguem ver e acreditar em nossa felicidade e nosso amor.
Não entendo você, diz que me ama e me faz chorar, diz que sou importante, mas diz "não" o tempo todo.
Também não entendo esse meu sentimento, escravo, louco e incondicional, que nada te cobra, nada te pede e apenas te felicita.
Nesse mundo infiel, traidor e cruel, perdem a cores alegres da vida e do amor, da esperança do recomeço, mesmo quando tudo parece perdido e acreditar se torna a única opção.
Uma vez mais me é sonegado a chance do amor.
Meus olhos ainda choram pela boca que me diz não, mas escondido de seus olhos, fico eu no meu silêncio apenas esperando pelo próximo aperto das mãos da vida.
Mãos que sufocam
By lcdasilva