Quando mais pequeno, via meu pai usar a criatividade para construir um presépio. Ficava muito bonito, eu e os meus irmãos admirávamos a forma como ele fazia os detalhes, cada anjo, o menino de Belém, as ovelhas, e também os troncos de oliveira que íamos buscar na horta da baixa, tudo parecia tão natural.
Não me lembro do último presépio que o meu pai fez, lembro-me que depois de algum tempo, na minha casa já não havia presépio no natal. Mas, ainda via o meu pai fazer a comida no natal. Hoje já não tem a mesma energia.
Tenho saudades daqueles tempos, vivo distante dele, e, cada natal que passa lembro-me de tudo. Hoje sinto o natal vazio, somente com a graça do menino que nasce, porque do menino que fui, a graça anda perdida no tempo.