Entre quatro paredes falo contigo
A cada sombra lanço um sorriso
Á luz mortiça que pende do tecto
Lanço um olhar e um feitiço
Falo de mim do que já foi
Daquilo que espero ser
Falo da sombra e de quanto dói
O silêncio no entardecer
Falo de um tempo que nunca vi
Das tardes calmas do luar de Janeiro
Falo dos dias que vivi
Procurando breve sombreiro
Entre quatro paredes perco a razão
É sempre assim quando a solidão
Entra pela porta e me dá a mão
Falo de tudo comigo a sós
Desfolho dores e alguns sorrisos
Enquanto teço roliços nós
Em cada lágrima que me cai aos pés
A todas elas eu dou abraços
São a companhia que faço em estilhaços
Do peito me pende grosso cordão
Que o silêncio abraça e me estende a mão..
Antónia Ruivo
http://cartasdeamorquemasnoescreve.blogspot.com/
Era tão fácil a poesia evoluir, era deixa-la solta pelas valetas onde os cantoneiros a pudessem podar, sachar, dilacerar, sem que o poeta ficasse susceptibilizado.
Duas caras da mesma moeda:
Poetamaldito e seu apêndice ´´Zulmira´´
Julia_Soares u...