abri minha cova rasa
vesti meu bom terno preto
ornei-me de flores
deitei bem-penteados, os cabelos
e fui morrer um certo tanto,
no entanto, quieto
à cama do quarto
apertando as mãos
aos cantos do estrado
mergulhei-me d’um torpor cênico
expirei em esquecimentos
cerrei bem os olhos
cruzei forte os dedos
embacei de desmembramentos
desejos,
pensamentos
foi em paz
que deitei e dormi mais cedo
sem medo de me saber
a não me ser nunca mais
A. COLARES
B.H. - 14.09.2011
Augusto Alfeu Colares