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Todas as viagens querem um fim,
até as sem destino, sem rota,
…
nas repercussões sem sujeito,
sem verbo,
alguns amantes dançam,
preferem um luar algures,
um sonho...
...
eu sei,
mas as palavras não deixam,
querem assim.
…
Um fim, um naufrágio,
até um enterro,
regresso ao pó, sem viagem,
sem final, sem cansaço sequer,
e no eco incessante que teima
como um louco,
o som de um piano transborda,
diz-se maremoto,
acredita-se supernova, que explode,
algures.
…
Todas as viagens querem um reencontro,
até as que se despejam como cataratas,
sem lágrimas, sem desejo,
reveem-se as cores na mesma dor,
relembra-se o beijo, as flores adocicadas,
um sonho...
...
eu sei,
mas as palavras não deixam,
querem assim.
…
Eu sei,
e escrevo das saudades,
algumas perderam-se nos furacões,
algumas querem-se no alto mar,
rodeadas por margaridas, ou orquídeas
que flutuam,
querem-se terminais, longe,
mesmo que todas as viagens não tenham fim,
…
eu sei...
… mas as palavras não deixam,
querem-nas assim...
...
por perto...
…
[até aquelas sem destinos, sem rotas...]
[até aqueles sonhos, sem final...]
O Transversal
" La Folie... sempre me lembro de ouvir o mar..."