Incautamente
tombo o rosto oferto
no vale moreno das tuas mãos
e porque insensata, a minha alma, levita, flutua o espaço,
aceita a regra, a contra-regra, o compasso, o descompasso
de um metrónomo complexo
….e é só tua.
Incautamente,
lanço-me virgem ao vento, sou brisa solta, sou vaga brava
rodopiada num vendaval. Recorto o gesto, visto giestas,
respiro das coisas que não viveram.
Vitrifico o sonho, ingiro das lágrimas
se sou lamento.
Concreta,
flor desabrigada, na inédita ventura da desdita,
sou socrática,
quiçá lunática,
bebo concisa beberagem acídica,
quando, em silêncio, sou voz que brama,
que clama,
que grita,
que te proclama. Na nata do tempo
não mais que louca, em demanda atávica
duma só palavra da tua boca.
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