Espio da janela
O burburinho da cidade...
Trânsito, tumulto, vaivém...
Cada qual com a penitência
De vencer o dia,
De abrigar-se à noite
E ver a lua namorar o sol.
Madrugada de silêncio,
De sonhos, fantasias,
De recordações, esperanças,
De fina nostalgia...
Eu espio da janela
O vento que sopra
Levantando poeira,
Levando as folhas mortas,
Balouçando as árvores,
As roupas do varal
Num calor intenso...
Eu espio da janela
A chuva que cai
Lavando as fobias,
Limpando as mazelas...
Sim, tudo espio,
Absorto em minha janela!