Bichos fingidos – Lizaldo Vieira
Feitos bocós
Com espelho
Banana
E bolo
Fazem a todos de trouxa
Cadê as jóias raras
Que aqui estavam
O ouro de tolo
A PRATA dos dentes
O diamante do dedão da rainha
Pau Brasil que tingiu de sangue
Os portos escravos
ISSO TUDO
Não foi só ontem
HOJE E SEMPRE
Se registra na história
O santo do pau oco
Inda continua exportando
Para as ilhas paraísos
São todas assim
Missão cabralianas
Chegam
Ainda aportam
Observam a terra virgem
Cheia de índias e índios
INGENUOS
CURIOSOS
Matas lindas
Rios límpidos
Oceanos pacíficos
Tudo AINDA no lugar
A te quando
Quinhentos anos
São poucos
Surrupiaremos mais
Inda resta bolo monte
Velho Chico
Ate a Amazônia virar cinzas
A mata atlântica cair no pó
Aja pampas
Caatingas
Serrados e serranias
Ficaremos bem na fita
No pior
Vamos mudar o código florestal
Porque a vida
É assim
Comida é capim
Bebida é cabaú
Progresso é pasto
Enquanto a sacanagem ambiental
Vai só navegando
De uma vez por todas
Em águas mansas
Dilapidando as espécies
Dos planetas brasis
É a lei do bicho ridículo
Fingindo o mais forte
Homem dos trópicos
Do vale tudo por dinheiro
Mascarando
Devassas estratégias
Porque quanto pior
MELHOR
E assim vais armando
Arruinando dissimuladamente
O amanhã de gerações
Redesenha-se
Num tempo sem futuro
E eu
Que nada posso
Apenas engulo a bucha de canhão
Manchando as minhas faces
Com lágrimas tingidas
De descontentamento
Por esse é o meu pais
O meio ambiente
Nossa bandeira
Por quem um dia lutamos
Em vão
Chico Mendes
E ecologistas no presente
Q U E S E D A N E C U S T O d e V I D A - Lizaldo Vieira
Meu deus
Tá danado
É todo santo dia
O mesmo recado
La vem o noticiário
Com a
estória das bolsas
Do que sobe e desce no mercado
De Tóquio
Nasdaq
São paulo
É dólar que aume...