Estendo uma corda de músculos
cravo meus braços com setas
dou-me à luta que não renega a sorte
de um fado marinheiro.
Nas esquinas e cantos mal-afamados
arremessei lanças certeiras
contra o focinho inquisidor da palavra
ao alto ergui meu pendão.
Ressurgido dos corpos amontoados
que jaziam inertes e pálidos
do ferro pungente travado nas veias
carne e nervos rasguei.
E expulsas as correntes e os algozes
libertos os braços e pernas
eis que me maquio em um novo sangue
meu propósito que se completa.
Jorge Humberto
09/12/11