Boas tardes amigos. Perdoem-me meu atrazo."
Faz séculos que guardo
Vosso convite gris, convidando-me à festa.
Espera um pouco mais; agora me darão terra,
Pazadas de terra revolvida;
Me deixarão tranquilo e falaremos.
Ainda que se bem pensarmos,
Não se estava tão mal lá fora, no mundo:
Ver as nuvens que passavam, as garotas desnudas,
As crianças clamando o cotidiano pão,
Os cisnes, um cachorro em cada esquina,
Ou o guarda que dá com o apito a direção.
Porém . . .
. . .me sobra gente em torno.
Esse de azul, vestido; aquele dos galões,
E esse que passa uma corda por minhas costas,
Espera que se retirem, e falaremos de todos,
Ainda que . . .
Haverá tanto silêncio que temo
Que acabarei me dormindo.
Rui Garcia