Luso-Poemas
 
Poemas : 

[Um Certo Infinito Azul do Céu]

 

Eu amo pela obrigação de amar,
isto é: amo por não saber amar
e por não me interessar pela resposta
à pergunta que nem cheguei a fazer,
e que, no entanto, não se cala...

Não me importo se eu morro,
Não me importo se tu morres,
Não me importo se ele morre,
Não me importo se morremos.
[...E não me importo com o infinito azul do céu!]

Só me importo com as coisas
que eu posso controlar;
por isto, não me importo
que o outro nem se importe
com o meu não importar...
Refletindo mais: eu esqueci o significado
desse verbo... ou eu nunca o soube!

No desfiar das eras geológicas,
ninguém conta, ninguém importa
para a dimensão absurda do mistério
de existir sem razão, sem por quê.

Algumas perguntas são perfurantes:
visto assim, por que trepanar o crânio...
para deixar escapar a alma,
pitagoricamente presa ali,
para aquele infinito azul do céu
que em nada me importa?!

Não; nada importa, nada;
e muito menos importa
uma informação que não
se pode, ou se sabe usar...

[E como sempre, eu disse, disse, disse...
sem nada dizer — e nem isto importa!]
_________________

[Penas do Desterro, 26 de novembro de 2011]

 
Autor
crstopa
Autor
Textos deste autorMais textos
Rss do autorRss do autor
EstatísticasEstatísticas
 
Texto
Data
Leituras
807
Favoritos
0
Licença
Esta obra está protegida pela licença Creative Commons
Enviar este texto a um amigoEnviar
Imprimir este textoImprimir
Salvar este texto como PDFCriar um pdf
1 pontos
1
0
0
Recentes
[Um sujeito oculto]
[Autômatos]
[O tormentoso pilar das mágoas]
[Ao entardecer... a névoa]
[Desastre: Um blues no entardecer]
Aleatórios
[As Flores na Velha Ponte]
Do Ser Ridículo
[Perdas: Sem Acordos!]
[Movimento dos Barcos]
[Fragilidade]
Os comentários são de propriedade de seus respectivos autores. Não somos responsáveis pelo seu conteúdo.

Enviado por Tópico
Transversal
Publicado: 09/12/2011 02:42  Atualizado: 09/12/2011 02:42
Membro de honra
Usuário desde: 02/01/2011
Localidade: Lisboa (a bombordo do Rio Tejo)
Mensagens: 3755
 Re: [Um Certo Infinito Azul do Céu]
e pronto..."[E como sempre, eu disse, disse, disse...
sem nada dizer - e nem isso importa!]",
e mesmo sem nada dizer, "algumas perguntas são perfurantes
para deixar escapar a alma
de existir razão
[...E não me importo com o infinito azul do céu!]

Neste excelente [Um certo infinito azul do céu] onde se "ama pela obrigação de amar", "com o meu não importar"..."nada importa"...será?

Obrigado.
Abraço-te

Links patrocinados

Páginas em

Páginas sobre