Pensando... pensando...resolvi,
Como um complexo esquema,
Decantar-te nesse nosso poema.
Venhas comigo! Vamos juntos!...
Entrelaçados estão os nossos dedos
As palavras ficaram reféns em nossos peitos
Nossos olhos falavam por nós
Se entrecortando num jogo louco
Sem troféu... sem recompensa.
E sonhar!...
E sonhamos!
Andávamos sobre as águas do mar...
As ondas vinham beijar nossos pés
E, pouco a pouco, íamos nos aprofundando
No líquido denso e morno.
Submergimos!...
Música tocando suave em nossos ouvidos
O fundo azul do mar. Tudo correndo lentamente;
Bolhas saindo de nós, céleres como crianças
Pelo parque num bonito domingo de sol...
E sonhar!...
E sonhamos!...
Agora me vejo perdido num famoso labirinto,
Aquele famoso que foi feito pelo pai de Ícaro,
Onde me encontrava desde o princípio da vida...
Não tinha farol que me guiasse... nenhuma linha...
Sozinho. Ninguém ouvia meus vagidos
Quando, de repente, encontrei uma saída:
Eras tu, Deusa na terra caída,
No meio daquele mundo escuro.
O brilho de cristal dos teus dentes
Tornou-se estrela e, como os reis magos,
Guiei-me pelos fachos fosforescentes.
Vinhas com um vestido todo florido
Tinhas uma rosa branca entre os cabelos
Sorriu o teu mais belo sorriso
E tocou-me nas faces...
O fardo pesado tiraste...
Tiraste a cruz...
No reino das trevas,
Eras tu o raio de luz.
Acordei...
Procurei-me
Por todos os lugares
Por todos os lados...
Me vi.
Encontrei-me...
Em ti!
Gyl Ferrys