Poemas : 

Concubina em ti

 
Profanado, despido
Ausente do ser imaculado
Disposto e exposto
A cães famintos
Jaz um corpo nu

Gente cruel…gente
E mais gente
Indigente
Que o consome

A carne fustigada
Punida e cansada
Imprime a dor
Em mordaz folha

Lapida-o
Ávido e insolente
Esse fogo que arde em si

Limpa as marcas
Que o sustentam
Atenua as vozes
Que o atormentam
Sufocando-o
Amortalhando-o

Purifica-o a ele
Corpo despido
Mas cingido em ti
Suaviza-lhe a dor
Essa maldita dor
Que recebe um corpo
Em fogo fátuo

Tem sede!
Dá-lhe água dessa fonte
Mata-lhe a tristeza
Permite-lhe a diferença
Na omnipresença
Ser mulher na tua cama

Deixa-a adormecer e sonhar
Concubina em ti


Maria Al-Mar
Enquanto Mulher


- Ilusorium
- Mira(douros)
- Modus-Informe
- Uivam os Lobos
- Mulheres de Areia

 
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Dakini
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Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 07/12/2011 19:42  Atualizado: 07/12/2011 19:42
 Re: Concubina em ti
UM BELÍSSIMO POEMA, ENCANTADOR.

MARTISNS

Enviado por Tópico
Clarisse
Publicado: 09/01/2012 15:36  Atualizado: 09/01/2012 15:36
Da casa!
Usuário desde: 24/09/2009
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Mensagens: 392
 Re: Concubina em ti
Olá Dakini,

Este poema começa por me remeter para cenários algo dantescos, numa espécie de viagem alucinante, onde esses mesmos cenários melhoram a partir de meio da viagem: "Limpa as marcas", "Purifica-o a ele". No entanto, não é certo - para mim -, onde se deixa acabar...

Beijo,
Clarisse

Enviado por Tópico
Clarisse
Publicado: 09/01/2012 15:36  Atualizado: 09/01/2012 15:36
Da casa!
Usuário desde: 24/09/2009
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Mensagens: 392
 Re: Concubina em ti
Olá Dakini,

Este poema começa por me remeter para cenários algo dantescos, numa espécie de viagem alucinante, onde esses mesmos cenários melhoram a partir de meio da viagem: "Limpa as marcas", "Purifica-o a ele". No entanto, não é certo - para mim -, onde se deixa acabar...

Beijo,
Clarisse