Passa como o cigarro que arde,
Desgarrado num qualquer cinzeiro esquecido.
Arde o cigarro, bate o ponteiro do relógio,
Estático relógio do lume que arde.
Arde o cigarro contínua e pausadamente,
Bate a hora, move-se o ponteiro, apaga-se o cigarro.
O Cigarro e o tempo do relógio que não avança.
O ponteiro dança, o cigarro acende-se, o fumo avança...
Avança alado como o relógio iludido pelo tempo que passa.
Marco Mendes