Liberto de algozes e de vis correntes,
ao caminho, chamado vida,
me entreguei, com toda a força, de
quem, à vida, se quer dar.
Então construi jardins, de bem dizer,
onde pus as flores mais
belas, para que assim, só me vissem;
e onde era eu, a sós comigo,
deixei as ervas daninhas, enfim crescer.
Resquícios, do vil passado,
atreveram-se, mas cerces, pela raiz, os
cortei, para que não voltassem
a nascer. Então abri todas as portas e
janelas, fiz-me poeta,
e no me escrever, sou nos outros, o que
os outros, em mim deixam.
Jorge Humberto
05/12/11