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não podeis desconhecer,
que os girassóis procuram um sol,
que o poeta bêbado nunca o está,
que as putas adormecem pela aurora,
…
podeis desconhecer da palavra
que se veste, que se despe,
enquanto o desejo trespassa o silêncio
na amargura das solidões.
…
Desconheço o reflexo do espelho
que me atormenta,
[quando me olho consciência],
…
podeis desconhecer o mar,
que se abespinha
enxotando as gaivotas, que adormecem
em areais desertos no inverno,
…
não podeis desconhecer,
que um adeus será sempre dor,
mesmo na alegria do dia que se segue,
…
Desconheço as vidas
que são sombras, que passam
como cometas ou como raios
[por mim...],
desconheço-me por vezes,
…
sei que os meus sonhos
jamais estarão vazios.
…
Podeis desconhecer o som do violino,
mas não podeis desconhecer
que os girassóis procuram um sol,
que o poeta bêbado nunca o está,
que as putas adormecem pela aurora,
que o mar se abespinha...
…
e mesmo que desconheça
o que conheço,
liberto as palavras,
….
não podeis desconhecer
que as palavras se querem, [sempre],
livres.
e
a poesia, continuará suspensa?
O Transversal
" La Folie... sempre me lembro de ouvir o mar..."