Paula de Pólen era uma mal- criada
Que sonhava ser, um dia, recepcionista.
Na verdade Paula de Pólen se achava artista,
Mas no momento encontrava-se desempregada.
Então, solitária, sem chances ou expectativa,
Paula teve que batalhar onde ganhar o pão
(Afinal é mister matar um leão a cada dia)
Especializou-se, arrumou outra profissão,
Outro tipo de serviço, menos submisso,
Trabalhando sete dias úteis da semana,
Numa tentativa de inimitável sacrifício
De limpar a imundície na casa da mãe Joana.
Na verdade ali era mais que uma pensão
Repleta de sócios, sósias e associados,
Bêbados, mendigos, alguns assalariados
Que ali encontraram repouso e chão.
Como tudo na vida tem uma recompensa
Paula de Pólen conseguiu o que almejara.
Porém não era nada daquilo que esperara
Por isso hoje Paula de Pólen é hipertensa.
Qualquer barulho já lhe perturba os ouvidos
Não aceita de forma alguma as tantas críticas
Paula de Pólen quer ter o seu passado esquecido
Agora ela quer manter distância da cozinha.
Paula de Pólen mudou. Agora é outra pessoa.
Assim se tornou desde que chegou a recepção,
Se achado a mais qualificada, a preferida da patroa...
Agora Paula de Pólen é recepcionista da pensão!
Gyl Ferrys
Este texto é uma obra de ficção e não exprime as opiniões do autor. Qualquer semelhança com pessoas ou fatos reais é uma mera coincidência.