Foi nas tuas asas de anjo que o poeta se perdeu Nos teus braços longe daqui, ele endoideceu A tua auréola ofuscou-lhe os sentidos, entorpeceu-o Enviou-o para um longínquo amor inalcançável
Anjo que lhe iluminou a tristeza, por momentos Rápidos que passaram, mas acalorados e sentidos Sonhos perdidos, recuperados por ínfimos instantes Sonhados, sentidos e aproveitados até à exaustão
Anjo alado do tormento, que apaziguou o sofrimento Não evitaram as lágrimas que escorreram da tua face Lágrimas corrosivas que te apagaram a alma e te sugou a vida
De todos os sentimentos que alimentou o teu anjo Guardas aquele miserável instante de prazer numa fantasia perdida Um sonho dolorido, atormentado, golpeante mas desejado …