O que faço ainda aqui
O que me falta cumprir
Por que permaneço cá
Neste local, sem partir.
Será as pessoas, talvez
Será os anos, enfim
Ou será os doentes
Que me prendem assim
É difícil permanecer
Onde nos magoam demais
Onde está a dignidade
Dos seres ditos racionais?
Em que eu errei então
Para ser paga assim
Porque não me revolto
E grito porque és tão ruim.
O que me faz caminhar
Neste caminho sem fim
Porque que não digo, basta!
… deambula sem mim.
Peço a Deus tolerância
Para continuar a trabalhar
Com seres humanos carentes
Que precisam do meu cuidar.
É eles que me dão alento
Para conseguir lutar
Contra a vontade que tenho
De sair e não ficar.
Meus objectivos tracei
Minha vontade escrevi
No livro grosso da vida
Da vida que eu escolhi
Prá frente é o caminho
Que agora quero desenhar
Não importa os obstáculos
Que me podem fazer parar
Porque o querer é mais forte
Dele não podemos fugir
Não importa o tempo
Que levamos para o conseguir.
Escrito a 15/01/07