Entre a imagem do Almirante
E a copada amendoeira,
Eu me quedo, aqui me deixo,
Brevemente, uma efeméride
Absorta em pensamentos,
Mergulhada nos marulhos
De enseada luminosa,
Ao ouvir voz da estação
Incansável que anuncia
Os horários fugidios
Da chegada e da partida.
Mas, mirando o velho cais
Hoje seco e sem fragata,
Sem baía ou enseada,
Me pergunto ante Almirante
E essa antiga amendoeira
A respeito do Pharoux,
Se não foi onde aportei
Velhas naus desatinadas
Para sempre soçobradas,
Após tanto me afogar
Com varinas e marujos
Em vielas mareadas
E num mar de tantos ais
Que secou deixando apenas
A marítima lembrança
De partidas sem chegadas.