És fragmento, memoria presa no tempo.
Uma cicatriz, que ficou, nunca sarou.
Um passado, nunca desejado,
porem, o passado, mais amado.
És a rua, percorrida por um cego,
que nunca viu, mas o que ouviu, sentiu.
És o adeus no final do poema,
a terrivel linha que desalinha,
porem uma linha, tão serena.
És a mão que acena na despedida,
a lágrima que uma criança larga,
quando, triste, grita.
És toda a palavra, nunca, pronunciada.
As histórias mal contadas,
sobre princesas apaixonadas.
Quando o livro acaba, por dragões,
devoradas.
Mas nos olhos das crianças,
qualquer mentira, bem contada,
é uma verdade fantasiada.
É isso que tu és para mim, uma mentira bem contada que eu aceito como uma verdade fantasiada.
Ass: a tua criança.