Saudade é uma ferida aberta com sal, apenas para deixar
uma lacuna no peito de quem convida com braços fortes
para o abraço sincero.
Afogo meus sentimentos debaixo de água fervente e entre
gritos e lamentações, desejo um abraço apertado de um amor perdido.
Confuso o momento e no inverno gelado meus dentes afiados
se fecham e logo depois soltam os gritos de repugnância com tudo e todos.
Na forca dos lábios pergunto, quem sou eu?
Metade do meu coração é saudades do passado,
outra metade um presente sem abraços.
Entre lobos e cordeiros, sigo meu caminho ouvindo uma lâmina afiada
que girando, parece querer cortar o laço que prende minha liberdade.
Dolorido sentir no coração fragmentos de sentimentos
que causam emoções e me lembram uma mulher.
Em um momento sou uma pedra que se afunda no lago de água azul,
sem esperanças se acomodando no leito frio e escuro.
No momento seguinte sou a luz do sol
que surge no horizonte por trás de montanhas calmas,
mostrando um novo dia, me trazendo uma nova alegria.
Sou alma e amor criando uma desordem na mente.
Tento combinar os reflexos deturpados de sensações confusas.
Distorcidas memórias de abraços apertados que deixaram saudades.
Bagunçados sentimentos congelados no passado.
Saudade, uma ferida aberta com sal
que me lembra um amor que insiste em me deixar na dor.
Saudade
By lcdasilva