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Conto - O pedido especial ao Pai Natal

 
Era uma vez uma aldeia muito distante, coberta pela neve, cheia de montanhas e caminhos quase inacessíveis, a aldeia do Mineiro, era assim chamada, pois segundo se falava ainda á muitos séculos vinham homens para tentar a sorte e encontrar ouro ali.
Nunca se soube o que ali se encontrou apenas que aconteceu algo muito triste e doloroso, que se perderam muitas vidas por ali.
Era uma aldeia triste, apenas restavam poucos moradores, alguns já velhinhos e quase sem jovens, a escola tinha seis crianças quase todas da mesma idade, a professora era mais velha que a pobre cadeira que Maria das tranças estava sentada, quase que desmanchava com caruncho e bolor.
A professora Xaropes era como eles rindo a chamavam, pelo cabelo despenteado, óculos tão graduados que nem os olhos se viam sempre cheios de gordura estampados, usava roupa as riscas com quadrados sem qualquer nexo parecia um pobre palhaço, para piorar era quase surda, mas boa de goelas e de pulmões, gritava que toda aldeia a escutava.
A garotada já sabia o que ela tinha ingerido no almoço, sempre vinha com grandes manchas do que ela comia, por vezes também do que bebia, faziam apostas para ver quem ganhava o lanche da garotada. Era estranho eram todos amigos, tão poucos e sempre unidos, mesmo nas brincadeiras que tinham lá pelo recreio.
A professora Gertrudes, era o seu nome de batismo, queria fazer algo muito especial no Natal com as suas crianças, eram tão poucas e todas tão pobres que quase nunca saiam daquela aldeia por falta de transporte e posses, que quis fazer uma surpresa a eles.
Falou com os ditos pais da criançada e decidiu os levar a cidade ver o pai Natal, as despesas era por sua conta, afinal ela não tinha filhos era para ela uma forma de agradecer a Deus todo o que ele lhe tinha dado.
Era uma alegria a carreta velha do homem das batatas já estava à porta da escola, subiram todos para a parte de cima até chegar ao limite das montanhas, para entrarem num autocarro, entre risos e farnel agasalhados até aos dentes apesar da lona eles tinham muito frio, eram quase 4 graus abaixo de zero. Foi ente saltos e encontroes todos felizes soletrando canções de Natal. Maria das tranças quis fazer uma pergunta a professora, sem medo ela pergunta:
- Professora, como vamos saber que é o verdadeiro Pai Natal? Minha avó diz que não existe Pai Natal que é o menino Jesus que trás os presentes. Afinal quem esta a mentir aqui?
A professora fica com um nó na garganta e sem saber o que lhes responder. Logo todos eles falaram aos gritos, querendo saber a verdadeira resposta.
Naquele momento ela foi salva pelo final da linha, o lindo autocarro que esperava por eles, nunca tinha visto nada igual, com tudo ate televisão e banheiro, ficaram tão felizes que esqueceram o assunto.
Tudo mudava já estavam chegando à cidade, era tudo tão bonito, cheio de luzes e decorações lindas, foram ver um museu, depois ver a arvore de Natal da cidade, nunca eles tinham visto nada igual, estavam quase mudos com a sua boca aberta de tanta admiração.
Horas de ir ver o ultimo local o grande centro comercial da cidade daquela grande cidade, entraram agitados pela beleza que seus olhos visualizavam com tantas riquezas vistas ali, um mundo diferente e a parte do mundo deles naquela montanha. Era tudo tão caro, nem trabalhando alguns meses, eles teriam dinheiro para fazer compras ali, Maria das tranças estava estarrecida, perdida em mil pensamentos o que ela iria ver com o seu tão falado Pai Natal? Sua ânsia era demais, ela já tinha visto uma foto, mas não entendeu muito bem era um velhinho simpático e de grandes barbas brancas e muito barrigudo.
Naquele momento a sua duvida assolou sua mente afinal quem era ele? Porque na aldeia os mais velhos não gostavam dele e sempre falavam que era mentira que ele andava pelas chaminés atirando brinquedos. Sempre diziam que era o menino Jesus e ela apenas via pela cidade tudo referente ao Pai Natal e quase nada a Jesus. Era a hora de mostrar a sua carta ao Pai Natal e tirar a sua duvidas, nervosa ela mexe em seus bolsos e apalpa o envelope, respirando de alivio ele segue contente com o pequeno grupo.
Caminhando ela já via renas e trenós, gnomos e muita neve espalhada por ali, sacos grandes com presentes e muitas crianças fazendo fila, lá ao fundo ela já via algo, meu Deus era o Pai Natal, olhando melhor ela via aquele velhinho simpático pegando em crianças no seu colo, seu coração disparou que parecia que iam sair pela boca, suas pernas fraquejavam não sabia se pelo medo ou pela ânsia.
A fila não mais acabava ela via crianças felizes e outras chorando, ela não entendia nada ali, o que importava era o momento que ela iria saber a verdade, que verdade seria? Que verdade ela tanto queria saber?
Chegou a hora, o velhinho afinal tinha uma estatura normal, parecia tão grande ao longe, olhando mais profundo ela, observou que ele era estranho e que as suas barbas eram falsas bastava puxar que elas iriam sair. Quando ele fala com ela quase tomba com o cheiro da cachaça que saia pela sua boca, parecia bêbado, cheirava mal, ela desviou a sua cabeça e ele pergunta em voz grossa:
- Então minha menina o que tu queres para prenda neste Natal?
Era a hora de descobrir, ela respondeu
- Eu só quero a resposta a esta carta que te fiz, afinal dizem que tu sabes tudo. Ou não?
Já meio aborrecido ele responde:
- Ora claro que eu sei sim.
Maria das tranças então pergunta a ele;
- Olha aqui esta é a carta que eu te escrevi o que eu peço a ti aqui?
Arrogante o Pai Natal responde:
- Que tu pedes aqui ora, pedes muitas prendas, muitas mesmo. Todas as crianças pedem o mesmo
Irritada ela puxa suas barbas brancas e ela diz:
- Tu és mesmo uma fraude como falou a minha avó.
Zangada ela atira sua carta a ele e sai correndo chorando. A professora ficou sem saber o que fazer, não estava entendendo muito bem o que estava passando, mas algo ali correu mal.
Baixou-se e pega na carta abre e a lê

“Querido Pai Natal

Queria te pedir um presente para a minha avó eu a vejo pela casa sempre a andar a chorar, mas o faz sempre escondido, ela chora com saudades do meu pai, da minha mãe e do meu avo, que ela diz que estão no céu contigo e com Jesus. Ora se tu és tão poderoso e consegue realizar os desejos de qualquer criança eu te pedia que os trouxesses de volta de novo para nós, não quero mais nada mesmo apenas isto.
Beijos da Maria”

Triste a professora, com os olhos marejados de lágrimas ela fica sem saber o que fazer. Como explicar que ele não tinha como trazer seus pais e avo de volta. Voltando para o autocarro ela a pega em seu colo e lhe conta que ele não era o Pai Natal de verdade, mas que o que ela queria nem Jesus e nem ninguém poderiam trazer de volta.
Triste inconformada ela regressa a casa, fez silencio de tudo o que se passou e o Natal chegou, tudo se passa na normalidade. Vai à missa do galo com a sua avó reza antes de ir dormir, alguém estava em frente a sua cama, uma luz forte confortável a envolvia, ela abre os seus olhos e vê com espanto seus pais e o seu avô do lado de sua cama.
Feliz ela os abraça e sente de novo envolvida no sono pesado, de manha corre para a cama da sua avó e abraça feliz dizendo:
- Avozinha, eu esta noite sonhei com o papa, a mamã e o avó, estavam sorrindo para mim e me abraçaram tanto que eu adormeci.
Então avó respondeu:
- Minha querida foi então um milagre de Natal foi eu também sonhei o mesmo e fui tão bom que estou muito feliz.
Rindo e se abraçando, tão felizes, elas oram em agradecimento a Jesus, afinal foi ele que realizou o presente tão desejado.

Betimartins



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Betimartins
 
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Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 01/12/2011 11:13  Atualizado: 01/12/2011 11:13
 Re: Conto - O pedido especial ao Pai Natal
UM LINDO E MARAVILHOSOS POEMA QUE ENCANTO

MARTISNS