Poemas : 

O podre poder no caus da governabilidade - Lizaldo

 
O podre poder no caus da governabilidade – Lizaldo
Eles e ales pedem
Na época de cassa ao voto
O povo vota
Aposta no escuro
Passa o cheque em branco
Em nosso nome
Vão governar
Ganhar
Crescer
Subir
Mais e mais
O céu é o limite
Logo cedinho enricam
Montam impérios
Miseráveis de uma figa
Com bananas e bolo
Enganam os tolos
Fazem até juras de amor
Ao pobre eleitor
Coitado
Pagador de impostos
Acredita
Que um dia será ressarcido
Da corda no pescoço
Da farinha com sal
Do salário de esmola
Lê do engano
Tá com porcos na roça
La está mais um saco de pancada
Levando chucho
Mente apavorada
Bucho vazio é mau conselheiro
Da bolsa família
Não sobre vintém
E a favela explode
A divida na bodega também
A agonia só aumenta
Nenhum pensador
Ao menos cigana
Desdenha qual rumo tomar
É jogo de um só time vencedor
Vence o presidente
Vence o senador
Vence o deputado
Vence o prefeito
Vence o ministro
Vence o governador.
Enquanto o operário
Agüenta uma vida sem causa
E sem efeito.
Feito objeto descartável
Mal suporta desaguar as mágoas
Num copo de pinga
Num cabaré de sexta
Ainda vem lorota
Que nascemos pra isso
Ser pobre
Sofremos aqui
Pra ganhar o céu por lá
Tobias tinha mesmo razão
Se os poderosos
Os ricos
Os direitos
São sempre dos mesmos
Então porque essa tal felicidade
Aqui ou acolá
Não chega para todos Porque tanta indiferença
Com nós outros
As pessoas do povo
Que rala o sovaco
Sobe e desse morro
Engole o pão que o diabo vomitou
Mora mal
Como mal
Dorme mal
Nos barracos sem endereço
Nesses becos
E vielas
Enquanto isso
Apesar dos solavancos
A cruz e a vela
Cheias de boas promessas
Podem-nos por calma
Obediência
São boas as providencias
Por esperança
De um punhado de vida no céu
Pois o caminho da felicidade
Cheio de liberdade e beleza
Está pra chegar
Quem viver
Verá
Dependera do bom humor dos mercados
E do podre poder
Do mundo do caos
E a ordem só sugere
Que alimentemos o hábito
Do pedido de sorte ao bezerro de barro
Desiludido
Meu sonho
De verdadeiro projeto popular
De quebrar o pau da barraca
Definitivamente vai pro beleléu
Enquanto eu
Feito bisouro
Vou só rolando
Levando a vida
Do jeito que ela me levar



Q U E S E D A N E C U S T O d e V I D A - Lizaldo Vieira
Meu deus
Tá danado
É todo santo dia
O mesmo recado
La vem o noticiário
Com a
estória das bolsas
Do que sobe e desce no mercado
De Tóquio
Nasdaq
São paulo
É dólar que aume...

 
Autor
Lizaaldo
 
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