Contos : 

O jovem habitante da aldeia do Sol

 
Era já cerca das 4 horas da manhã Aurora, pega numa trouxa de roupa que tinha escondida debaixo da cama, e sai sorrateiramente pela porta da cozinha. Aurora era a mais jovem habitante da linda aldeia do Sol, quase inacessível por terra apenas por barco era visitada.

Filha de pescadores, já entrados na idade, anos a fio e não conseguiam ter filhos e aldeia ia ficando deserta, os jovens iam tentar para outras terras, melhores oportunidades, para formarem família e criarem os seus filhos.

Aurora era linda, analfabeta, mas muito bela, de tons castanhos queimados por ar do mar seus olhos verdes pareciam o mar, seus cabelos dourados a lua, magra e sempre trabalhando na faina do mar.
Um dia um arrojando vendedor se perdeu de amores por ela, ele prometeu-lhe mundos e fundos, perdidamente, apaixonados ela correu para seus braços, entregando-se.

O barco levantou a sua ancora e a deixou em terra entre lágrimas e o desespero Aurora volta para casa, seu pai deu pela sua falta, mas permaneceu calado, com medo de ela nunca mais voltar.

Os meses passaram e a barriga de Aurora crescia a olhos vistos e logo o bebê nascia sem condições algumas e seu parto complicou-se e ela morre para desespero dos seus pais, entre choros e a perda, eles agarram-se ao seu neto.

Colocaram o nome de Adão, mas com tempo o pequeno Adão cresceu, na correria pela praia e adorava visitar os outros pescadores e claro nunca recusava uma sardinha, por isso lhe colocaram a alcunha o Sardinhas.

O Sardinhas crescia entre a rebeldia, sonhos e a liberdade, sonhava em partir num navio bem para longe, onde estaria sua mãe encantada, bem escondida debaixo do mar ela a julgava uma sereia encantada.

Brincando a beira mar, conversando com as estrelinhas do mar, ele prometeu um dia mergulhar no mar profundo e descobrir o mundo encantado das lindas sereias.

Adormeceu, cansado de sonhar, nos seus sonhos ele voava numa linda nuvem sobre o mar, na terra se formava densas nuvens e ao longe bem no final do mar, as ondas estavam zangadas. Acordou com uma onda gigante, engolido pela água, engasgando pela surpresa do momento o pobre Sardinhas.

Entre a sua luta e ondas furiosas e o seu corpo já cansado desiste de lutar, já descendo para o fundo do mar. Meio tonto ele vê uma linda sereia, que o leva em seu colo para ele respirar.

Sardinhas estava encantado, feliz ela devia ser a sua mãe, mas a sereia nada falou, apenas cantou um lindo canto, o mar serenou, abriu-se como por artes mágicas e ela o deixou na sua praia, dando-lhe um beijo e fazendo o gesto de silencio.

Os avós do Sardinhas estavam aflitos o procurando com afinco, a tempestade ia ser pesada e os barcos já tinham voltado do mar, logo o viram na pequena encosta de areia, felizes o abraçam e o levaram para casa.

Sardinhas não parava de falar da Sereia encantada que o salvou da onda gigante, os avós sorriam, coitadinho do nosso netinho, sentia certamente a falta da sua mãe e deve ter adormecido e ficado a sonhar.

Sardinhas cresceu falando na sua Sereia encantada e logo ele se tornou um jovem marinheiro, mas nunca souberam o que lhe aconteceu pois ele sumiu no alto mar.

Betimartins



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Betimartins
 
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