Esta ansiedade, sem razão aparente,
é o meu fado e triste sorte,
que me acompanha, escrupulosamente,
desde a nascença, até á morte.
Sempre um desassossego, se apresta
(neste meu ilusório, dia-a-dia),
lembrar-me, o bem pouco, que me resta,
o que da vida, tenho por companhia.
Espelhos oblíquos, em todo o seu desdém,
trazem-me o ridículo, de meu ser,
e eu, que sempre tento chegar, mais além,
nada alcanço, neste meu sofrer.
Em sublimes poemas, a exaltação do amor,
é para mim o oxigénio e a emoção;
e cantando-o, sinto um imenso estertor,
só não sei, de meu coração!
Ao povo elevo a minha voz, meu pendão!
E aí, sou a solidariedade,
àqueles, que, incrédulos, escutam o vil «não»,
de quem lhes nega, a liberdade.
Porém triste sou, sem quaisquer nostalgias,
que, a saudade, é carrasca,
de quem, sem ter nem porquê ou alegrias,
vai na vida, que o arrasta.
Jorge Humberto
27/11/11