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Lixeira do Amor

 
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Tentaste escrever o amor no papel que balanceava no teu bolso enquanto andavas.
Entre riscos, palavras impercebíveis, corações nos quatro cantos da folha, tinhas umas quantas ideias sobre o amor que não faziam qualquer sentido, sabias que existiam e que era fruto de algo que germinava em ti, mas não fazia sentido, o amor não faz sentido.

Amachucaste a folha, voltaste a repetir a sensação de escrever, mas desta vez estavas um pouco irritado, as palavras deixavam, aos poucos, de fazer o sentido que querias e faziam nascer algo novo, uma frieza que surgia vagarosamente, tal e qual como a tua irritação ao ficares, por vezes, sem palavras ou elas ficarem sem um pouco de ti.

Paraste após numerosas tentativas, tinhas as folhas amachucadas em cima da cama, querias desfazer-te delas.
Pegaste em cada uma e fizeste pontaria para o balde do lixo que tinhas junto à secretária velha e com cheiro a tinta, acertaste todas as vezes.

Tiro certeiro, sabias que o amor estava bem… no lixo.


les fleurs mortes.

 
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Fleur
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Enviado por Tópico
Raul Cordeiro
Publicado: 25/10/2007 18:04  Atualizado: 25/10/2007 18:04
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 Re: Lixeira do Amor
Bela construção. Parabéns

Raul Cordeiro