A tristeza é meu pão E as lágrimas eu bebo como vinho O esquecimento é a minha alegria Enterrados sob os dentes do tempo
Pois fria seja a pedra Quando as geleiras devorarem as terras Consolação não é uma dádiva Da mão de gelo do inverno
Sob uma crosta de neve Eu vou repousar minha armadura quebrada O que aço e ferro não levarem Eu oferecerei em nome do inverno Não adianta um rapaz triste Não serve um simples patife Nenhum noivo para noivas de cabelos franzinos Este homem velho e manco
Se ao menos eu pudesse respirar Para ver o sol de maio Mas as noites ainda são mais longas que os dias Enquanto eu definho
Chegastes o homem coroado Trazendo os sons da batida dos tambores da guerra Disse: nenhum braço de espada é forte o bastante Sem meus dois bons pés
Mas eu não contemplo Nos olhos da donzela eu vou me casar Eu vou colher a safra de Tuonela A saúde de minha noiva na morte
Para quem não sabe, Tuonela é o mundo dos mortos na mitologia finlandesa, similar ao Hades da mitologia grega.