Como posso viver em paz recolhida
Se todos os dias morre gente de fome?
Como qualquer vida aqui definida,
Se nem sequer nem isso lhe sei o nome?
Como ter esperança na vida igualitária,
Se os povos são tratados como minorias?
Como tirar do baú minha indumentária,
Se o que vejo todos os dias são patifarias?
O homem é um bicho de tenaz costume,
Mostrando da tez o seu alienado azedume,
Para com os outros, que lhes são iguais.
Não há nada a fazer aqui neste universo,
Todos por todos mostram o seu reverso
E comportam-se como pobres animais.
Jorge Humberto
22/10/07