Deixas-te a marca vincada
E no auge mais doloroso do prazer
A tempo de ver cheguei atrasada,
Na primeira fila vi, o espectáculo espectacular:
Senti a tua mão forte a agarrar nos meus cabelos
Tive tempo de ver esse olhar triunfador
De garganta virada para tua navalha
Engoli em seco a ver esse sorriso escarnecedor
Sedento de dor, de amor que nunca foi depositado em ti
E que numa estirada tiraste-me o chão, o pão, o amor, o valor e me reduziste ao que achas que era
Num movimento forte que trazia morte
Vincaste a lâmina no meu coração
Arrancando cada tendão
Com prazer, sorris-te e voltas-te a viver
Mas na vida que não era tua
E vais cravando sempre que necessário em outra parte do meu corpo, cada vez que tento salvar-me.
O Silêncio inspira-me.