Baixo os braços e desisto
Insisti, revesti, investi e menti
No que nada me dizia respeito
Lutei, inventei, rebaixei e sofri.
Do refugo eu fiz todo o meu mundo
Fui criando aquilo que parecia perfeito
Não reciclado, mas meio disfarçado
Alterava e inovava o que pensava ser meu por direito
Ponto assente na minha mente
Descomposto em todo o resto
Porto seguro, atraquei sedutoramente
Ingénua, no auge do meu ego
Afinquei com a cara na lama
Fiz ponte para passares
Lavei-me enquanto me fazias a cama
E num sopro cai nos teus prazeres...
O Silêncio inspira-me.