A vida nunca espera. Ela, é como um organismo vivo, que segue se movendo, crescendo, evoluindo. Assim, ela segue seu curso e nós temos que acompanhá-la, as memórias de infância, que muitas vezes, ao crescermos, deixamos abrigadas no passado, as vezes, teimam em invadir os nossos espaços, muitas vezes nos trazendo emoções, sentimentos, alguns de alegrias, tristezas, melancolias.
Então, nos deparamos com algumas situações em que somos muito amados, outras vezes, com sentimentos de que, fomos abandonados, como que, subtraídos, do nosso espaço, deixados para trás, perdidos num tempo que, só a nós pertence.
Com as insuficiências que a vida se nos apresentou, ou com as auto-suficiências que nos proporcionou. Nesse conjunto de sentimentos, que foram entrelaçados em nós, através dos percursos que trilhamos em nossos caminhos, nos tornamos o que hoje somos.
Podemos ser adultos resolvidos ou não, instruídos ou não, amados ou não, porém, tudo depende exclusivamente de nós mesmos. Assim, nas rememorações, que se, apresentam em nossas mentes, podemos e devemos tirar proveito, para que nossas vidas, continue seu traçado, onde, nós somos não meros espectadores, mas, os autores de nossos próprios destinos.
Assim, quando um dia, no percurso do caminho, encontrarmos que: " tinha uma pedra no meio caminho" como disse, Carlos Drummond de Andrade.
Devemos tomar qual decisão? - Saltar à pedra, desviar da pedra, ou transformar essa pedra?
Essa é uma decisão de grande importância, pois, dela depende todo o nosso futuro, decidir por algo, que seja, uma alavanca para que, consigamos dar continuidade aos nossos projetos e à continuação de nossas vidas.
Eu, particularmente decidi, pela transformação da pedra.
Assim, eu o fiz. Quando, encontrei essa enorme pedra no meio do meu caminho, eu decidi, transformá-la, num trampolim para dar continuidade à minha própria vida.
Ao acordar num "dia seguinte qualquer", como acordava há algumas dezenas de anos, descobri que, aquilo que eu aprendera, a fazer todos os dias, agora, eu não o faria ou o faria de uma forma muito difícil ou extremamente difícil, que era andar, me locomover, comer, tomar banho, dançar que era algo que eu muito amava fazer, dançar...estava ensaiando para um festival Folclórico de minha cidade, onde a dança predomina e os sons da Toada, toca no fundo da alma e faz o corpo se mover ao som do tambor, ou rodopiar no sambódromo, na ala das baianas, durante o carnaval, fazendo do Enredo da Escola, a poesia cantada em versos, e marcada pela batida dos pés ao chão e o tema sendo a bandeira da vida, marcada pelas estórias de grandes feitos de alguém. Feitos esses, cantados pela escola, mas que, hoje já não posso fazer.
Assim da Noite para o Dia, morre em mim, a mulher, a trabalhadora, a dançarina, o vigor da saúde, e trás da flor a sua fragilidade, ou como se fora, um cristal que ao cair, pode esmiuçar-se em mil pedaços ao chão. Porém, nasce a guerreira, a combatente, a perseverante, capaz de lutar muitas batalhas até que a Guerra seja vencida, e os louros da vitória venham fazer parte desse novo contexto na estória da minha vida.
Fadinha de Luz
Maria de Fatima Melo (Fadinha de Luz)