Aquela chuva era um encerramento,
De algo que se perdeu no tempo,
Mais valioso do que se possa imaginar,
Algo impossível de se conquistar.
As nuvens choraram em grande coro,
Dos raios no céu ouviu-se o estouro,
Dos gritos dos infelizes a comemorar,
Algo que a maldade pode separar.
E a água da chuva veio lavar a alma,
Veio trazer paz e calma,
Ao pobre agora descrente,
Que ao amor agora mente.
Um amor guiado pelos anjos,
Cheio de tons e encantos,
Morria agora precocemente,
Um ataque longo fulminante.
Aquele peito queimava,
O fogo consumindo o que amava,
Agora com ódio do amor,
Era quem mais o detestava.
Seu amor encontrava-se nas cinzas,
Quebrou-se como cristal,
Perdeu-se em rimas,
Caiu de um alto pedestal.
Daquele amor renegado,
Algo grandioso se fez,
Ao mal serviu de instrumento,
E o pobre não amou outra vez.
Antes de machucar um coração,
Saiba que um dia também irá amar,
E nos teus próprios temores,
Tenderá a se afogar.
Tatiane Nunes Freire