Levo-me no vento que me abraça,
Absorto em pensamentos de delicados momentos,
Que a vida serenamente nos oferece;
Murmuro-me palavras de alento,
Para as caminhadas por estradas vazias,
Desbravarei campos de ervas bravias,
Enfrentarei contradições de terras secas,
Das emoções sofridas, com chuvas sentidas;
Secarei pântanos de infortúnios,
Com as areias do oásis do meu sentir;
Serei o condor que domina o espaço que me cerca,
Afastarei com os meus braços, feitos asas
Aves predadoras, em busca de carniça;
Irei descobrir no Infinito misterioso,
O amor perpétuo, de intensas sensações,
Farei das quimeras, reais emoções,
E verbos de amar, das utopias;
Serei metamorfose que tudo mudará para o bem!
E vou por aí, em luta constante,
Até que o momento me tome,
Deste mundo tresloucado,
E me leve nas suas garras, sem regresso.
José Carlos Moutinho