Sou terra!
Daquela que pede mãos,
arenosa, fofa,
como que trazida
duma praia, no meu mar
esse mar
que tanta falta faz,
à terra com que me fiz.
Eu sou terra,
sou mãos,
sou água salgada.
Por vezes,
sou nada!
É com as mãos
que te remexo
e delas faço arado
enxada, caneta, pincel,
beijos,
e, é com as mãos
que te esculpo
fazendo delas cinzel.
E quando as mãos
acariciaram a terra
enterrando em seu ventre
a esperança
dum verão
com sabor a morango,
os meus olhos já viam
a terra
pintada de verde
e o vermelho ao lume
na panela, brando.
As minhas mãos são terra,
são água a regá-la
e, são também morango!
Quisera eu ser poeta
Quisera eu ser pintor
Escrever telas e pintar poemas
Escrever, pintar, pintar,escrever
A humanidade com muita cor