Reluz nas cordas da minha viola o sol
Palmas batem palmas pro meu canto
E salto, e pulo, e vibro qual rouxinol
Que canta sem saber do seu encanto.
Conheço cada pedra que encontro
Nesse torrão de deus tão esquecido
Debaixo do juazeiro faço meu ponto
Nos braços da mulher sou um marido.
À noite, no céu tenho as estrelas
O arco-íris faz morada no meu lar
As minhas montanhas são tão belas
Tanto quanto tão bonito é o mar.
O rio é apenas uma estrada sinuosa
Que aponta o caminho, a saída do sertão,
Porém a manhã tão perfumada e formosa
Traz sempre de volta o sonho, e então
Firo as cordas de minha viola amiga
E a minha voz se eleva numa canção
Por mais que me maltrate essa briga
Orgulhoso cantarei a beleza do sertão.