O pedinte João esqueceu do chapeu
Na estrada vazia que atrai o luar
Vão ver que é vertigem caida do céu
E cabeça de pobre não tem mais lugar
Não voltes ao sítio João solitário
A boca e o pão não estão mais ali
Agarra-te à refeição de um só horário
E come, come, come para ti
Amanhã poderás contar tua história
Alguém se vai rir do teu azar
Buscando no gozo pequena glória
Rindo, rindo, rindo até cansar
E no final se alguém lembrar
Que tudo começou com teu chapéu
Não cedas ao impulso do que julgar
Que vida é uma sorte que amanheceu