Todas as noites depois da meia-noite enrolada no meu silêncio,
sinto a falta de uma mulher.
Na suavidade da minha cama encarno nas lembranças e palavras de um amor distante, praticado pela boca, prometido pelos olhares ainda a ser buscado no tempo.
Descubro um pensamento infinito e me desintegro nas esperanças e sonhos.
Você, longe do outro lado, eu aqui com um coração apertado.
Minha audácia acredita na pura certeza de que será minha,
não existe um outro caminho.
Minha saudade mental chora por uma metade te ti
e lagrimas se esparramam no meu lençol que clama seu corpo ainda ausente.
Em minhas noites sempre longas, tento dormir lutando contra os desejos
e as infinitas vontades de em seus braços estar.
A sombra carrasca não me permite na parede branca seu rosto desenhar
e viajando no meu escuro sem estrelas, divido com o travesseiro sussurros carinhosos.
Uma verdade não realizada é meu guia, o ponto inicial e colorido
de um horizonte muito procurado e encontrado apenas em sonhos.
Na noite o vazio me prende, sufoca me ferindo como pontas de espinhos secos.
Não finjo a dor, por isso choro, não finjo o amor,
por isso sinto sua falta mesmo de longe.
Na noite antes da meia-noite, montamos trilhos que direcionam aos sonhos.
Compartilhamos sorrisos, ensaiamos caricias, imaginamos os beijos.
Buscamos as luzes de uma fantasia manifestada em nossos corações.
Ancoramos nossa felicidade em olhares de ternuras que mais parecem desejos
e buscamos no piscar dos olhos o passar de meses,
só assim cessaria esse sofrimento que sem desculpas nos separa,
causa uma febre que esquenta nossa alma
e aproxima nossos corações.
Febre de amor
By lcdasilva