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Traição

 
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Confesso que nunca li tanto como tenho lido ultimamente, preciso disso.
Ler expande a mente, o saber não ocupa espaço....
Achei isto aqui bem interessante:
“Precisamos resolver nossos monstros secretos, nossas feridas clandestinas, nossa insanidade oculta.” (Foucault)
Aí fico pensando...quantos de nós somos realmente originais? Transparentes? Quantos dizem realmente o que estão pensando?
Quantos são realmente sinceros e não se escondem atrás de uma máscara com diversos rótulos...
Tenho visto muita coisa ultimamente, quero dizer, já via antes, mas agora, muito mais. Tenho visto homens enfiados nas igrejas nos dias de culto, acompanhando suas esposas (e filhos, se tiverem), levantando suas mãos, orando, sendo tão politicamente corretos e religiosamente hipócritas e durante a semana, os pés correm em diversos caminhos de adultério, sem nenhum remorso ou culpa, afinal, a mente já cauterizou e o coração não condena mais...não há mais a condição de "pecado", enfim, eu experimentei isso.
Confesso que eu traí.
O início é doce, a sensação é doce, escorre da boca como um néctar...mas no fim transforma-se em veneno e o veneno traz morte.
Morte dos sonhos.
Morte da esperança.
Morte moral.
Não vale a pena...realmente não...
No fim, vi que tinha traído a mim mesma...
E como eu escutei essa semana...você fica preso(a) em uma Bangu 1 psicológica...atado aos seus verdugos, algozes...aos seus carrascos mentais...até que entenda que precisa se libertar senão você morre. De verdade.
Muitas coisas não valem a pena...
Já dizem que tudo vale a pena quando a alma não é pequena...
Alma pequena é mesquinha, não vale a pena mesmo...mas sendo ainda alma, há esperança.
Estou sendo contraditória?
Sem problemas...
"...quero dizer o que penso e sinto hoje, com uma única condição: amanhã posso contradizer tudo." (Ralph Waldo Emerson)
Sou humana e minha raça ainda está em desenvolvimento...Uns estão mais avançados, outros nem saíram da era mesozóica.
Confesso que fico feliz por cair e poder levantar.
Confesso que fico feliz por levantar e constatar que ainda tenho pernas pra caminhar.
Confesso que fico feliz por ainda existir um Caminho...
Confesso que fico feliz porque no Caminho, há esperança e ela é a última que morre...mas morre, mas antes que ela morra, eu chego lá!


Cláudia Banegas

 
Autor
Cláudia Banegas
 
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