Mil e um documentos, todos eles molhados pela chuva e rasgados pelos 4 ventos
E folhas cheias de palavras ditas, umas humanamente feias e outras mais eruditas
Me levaram sempre a ti escrever, umas vezes me ditou a negra alma, outras foram escritas pelo meu corpo humano a sofrer
E ainda hoje te digo, no meio de tantos sussurros meus tem sempre um maldito grito
E por entre poemas tão belos, te conto segredos escuros e te murmuro testemunhos de vida singelos
Porque meu belo e puro leitor, tu lês-me em êxtase e alegria mas ignoras toda a minha imensa dor
E mesmo que de isso não te apercebas muito bem, tu vês em que em meu final mudo um triste epílogo sempre tem
E por isso lhe chamo um poema amaldiçoado, pequenas partes da morte de um poeta pela vida para sempre renegado.