Como é bom saber-te
Nessa periferia
Do ir e voltar
Um jeito multiforme
Sabedor das formas
Humanizando e retratando
Numa rotação única
Mas contida
Nas fases da lua
Esse Universo das cores
Hemisfério alegórico
Onde mestre, se é
Ou simplesmente alma
Em busca da província
Das mil cores
Como é bom conhecer-te
Alegria por seres vida
A recriar novos modos
Olhares eruditos
Explícitos na unicidade do Ser
Essa certeza que tens
Esse dom que reténs
Na pedra talhada
Pelas tuas mãos
Quando de lá
Se soltam os sons
De outros tempos medievais
Como é bom sentir-te
O epicentro da tua vontade
Um querer profundo
A emergir do centro
Onde nasceu um dom
A abrir novos portais
Dos templos ancestrais
Esse movimento interno
A devorar as trevas
Dum saber externo
Simulacros, artefactos
Estética e ética
Melodias em serigrafias
Desejos a crescer nas furnas
Quando ainda há telas em branco
Nas pupilas dos meus olhos