Crónicas : 

Histórias de Não-Dizer-Nada

 
Histórias de Não-Dizer-Nada

”... E quando estivermos à espera
que a noite volte outra vez
eu hei de contar histórias
(histórias de não-dizer-nada)
escrever nomes na areia
pro vento brincar de apagar”. Raul Bopp



Sabe de uma coisa? Eu gosto mesmo é de conversar fiado...
Sentar no toco de um bar, esticar as pernas nos galhos, brindar com folhas serenadas a vontade de lembrar causos e de re-tecer vividos.
Tricotar cenas do havido; tudo isso em cá e lá. Eu escuto, gosto e embarco, na ginga que a boca faz.
Abracadabra de falas, pescando lá no fundinho do peito uma lembrança, uma cena, que vem e se desdobra despertada pela comunhão do tido.
Então falo e sou ouvida! Já pensou o que é isso?
De ouvir e ser ouvida de verdade-verdadeira, ali ó, na batata?!
Tão bom que faz doer!
Falar palavras de areia, dessas que o vento brinca de apagar porque sabe que em seguida virão outras, outras e tantas... que eu acho que é assim que se constroem amores.

 
Autor
Paula Baggio
 
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Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 23/10/2007 18:50  Atualizado: 23/10/2007 18:50
 Re: Histórias de Não-Dizer-Nada
Ainda estou em fase de conhecimento do site, e o teu é o primeiro texto que leio...

Escolhi bem. Adorei,...


Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 23/10/2007 19:17  Atualizado: 23/10/2007 19:17
 Re: Histórias de Não-Dizer-Nada p/ Paula Baggio
Temos aqui uma divina contadora de histórias! dessas raras que sabem tecer no fio da palavra falada, as brincadeiras, e... os amores!
Mágico!

Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 24/10/2007 00:59  Atualizado: 24/10/2007 00:59
 Re: Histórias de Não-Dizer-Nada
Todos queremos ser ouvidos.Falar é para muitos. Ouvir, para quem tem real interesse nas pessoas e nas coisas. Sabes usar as palavras de modo poético, para que a gente queira te ouvir.Bjins meus, Betha.