Histórias de Não-Dizer-Nada
”... E quando estivermos à espera
que a noite volte outra vez
eu hei de contar histórias
(histórias de não-dizer-nada)
escrever nomes na areia
pro vento brincar de apagar”. Raul Bopp
Sabe de uma coisa? Eu gosto mesmo é de conversar fiado...
Sentar no toco de um bar, esticar as pernas nos galhos, brindar com folhas serenadas a vontade de lembrar causos e de re-tecer vividos.
Tricotar cenas do havido; tudo isso em cá e lá. Eu escuto, gosto e embarco, na ginga que a boca faz.
Abracadabra de falas, pescando lá no fundinho do peito uma lembrança, uma cena, que vem e se desdobra despertada pela comunhão do tido.
Então falo e sou ouvida! Já pensou o que é isso?
De ouvir e ser ouvida de verdade-verdadeira, ali ó, na batata?!
Tão bom que faz doer!
Falar palavras de areia, dessas que o vento brinca de apagar porque sabe que em seguida virão outras, outras e tantas... que eu acho que é assim que se constroem amores.