Retire a primeira camada de sonhos
Que se assentou sobre os lençóis da tua cama
Porque agora apenas exalam odores acres,
Como os velhos tênis dos adolescentes.
Apanha o primeiro raio de sol
Que entra pela tua janela
E dança o bolero de Ravel
Verás então que sem mudar o ritmo,
É sempre possível escrever uma nova canção.
Extraia da alma uma nova matriz de cores
Para recolorir uma velha companheira
E descobrir novos diálogos, novos sorrisos
Não abandones o teu caldeirão de magia
Porque os feiticeiros rondam como as hienas
Que se alimentam dos restos putrefatos
Abandonados pelos fortes predadores.
No mais, vivei!