Esperei toda a vida por ti, e agora que chegaste já te perdi...
Dizes que jamais esquecerás "aquele" abraço. Eu digo-te que jamais esquecerei a primeira vez que te vi, o primeiro beijo trocado, o bater descompassado do meu coração antes de cada encontro, como se cada um fosse o primeiro e sentir-me uma miúda sempre que estava contigo. O teu lindo sorriso, as tuas doces palavras e a tua compreensão.
Jamais esquecerei que foste o primeiro que viu para além de tudo, que viu a minha verdadeira essência, a minha alma inteira, desnuda e transparente. Como esquecer as longas conversas ao telemóvel, os assuntos inesgotáveis, o quanto temos em comum? Esquecer os abraços, a tua voz serena, as juras de amor trocadas, os planos? O que fazer com tudo o que foi dito, sonhado, sentido? Se soubesses como me dói, como me fazes falta!
Agora encontro-me perdida e mais vazia que nunca. As lágrimas caem sem parar, a dor é terrível, devastadora! Sinto que mais uma vez me é arrancado um pedaço de mim, e apesar de pensar que não merecia isto, talvez esteja errada...
Não vou conseguir esquecer-te. Não vou! Não sei como ultrapassar isto. Só sei das tardes passadas contigo, de cada pôr-do-sol perfeito, da doçura dos reencontros e das tristes despedidas, do calor dos teus braços e o aconchego do teu peito. Dizias que quando me despedia eu virava costas, baixava a cabeça e seguia sem olhar para trás. Sabes, não conseguia sequer ver-te partir, ainda que soubesse que voltavas. Resta-me saber como seguir agora tendo consciência que não voltas.
Guardarei comigo cada momento precioso passado a teu lado e morro por dentro só de pensar que aquele dia foi o último toque, o último beijo, a última despedida, que a tua mão largou a minha e nunca mais voltará a chegar a hora de chegares... Amo-te...
Paula Correia (23/10/2007)
Fui à floresta porque queria viver profundamente,sugar o tutano da vida e aniquilar tudo que não fosse vida.E não,ao morrer,descobrir que não vivi. (Dead Poet Society)